Sigo imensos canais literários no Youtube. A maior parte portugueses e brasileiros e alguns estrangeiros, ingleses e americanos. De todos os que sigo, há sempre aqueles com que nos identificamos mais, seja pelo carisma pessoal ou pelos gostos literários mais parecidos com os nossos. E, para meu agrado, de vez em quando lá vou descobrindo uns canais novos que chegam ao Youtube para me encherem as medidas.
Esta semana descobri o da Ju Spohr, depois de a ver neste vídeo da Denise Mercedes, do Cem anos de Literatura. O canal da Ju é bebé ainda, começou a fazer vídeos há pouco mais de um mês. E no mesmo dia em que a descobri vi quase todos os vídeos que já tem disponíveis.
O que me cativou na Ju foi um conjunto de características que não apanhei em muitos canais: tem gostos literários parecidos com os meus, tem carisma e personalidade (sabem aquelas pessoas de quem vos apetece ser amiga sem sequer conhecerem?), adora Portugal, fala do nosso país em vários vídeos e aconselha vários livros e autores portugueses, como "Os Maias" e várias obras do Afonso Cruz, e tem um grande sentido de humor (a opinião dela sobre a Keira Knightley como Elizabeth Bennet, no vídeo aqui em baixo, é hilariante. Nunca conheci ninguém que também não gostasse da Keira, que a achasse enjoadinha e, sobretudo, que não percebesse aquelas expressões estranhas que ela faz com a boca).
Se repararem os vídeos não têm a melhor qualidade de imagem, acho mesmo que alguns são gravados com o telemóvel, os cenários são normalíssimos, mas o conteúdo vale mais que tudo isso. Conheço tantos canais que do ponto de vista audiovisual são impecáveis e depois as pessoas abrem a boca e estragam tudo. É a prova de que às vezes menos, é mais. E no canal da Ju o conteúdo dos vídeos é realmente o melhor de tudo.
Se gostam do Booktube, não deixem de a conhecer. Fica a dica.
São sete os "bons malandros" que dão vida a esta história. Temos Renato "o Pacífico" mais a sua Marlene. Temos a Adelaide Magrinha, Pedro Justiceiro, Flávio "o Doutor", Arnaldo Figurante e Silvino Bitoque. Cada um mais tonto que o outro e cada um com uma história de vida mais estranha que a anterior. Formam um bando de criminosos que se preparam para um assalto ao Museu Gulbenkian. Podia ser o ponto de partida para mais um policial de suspense como tantos outros, não estivessemos nós a falar de Mário Zambujal, que dispensa os ladrões profissionalizados de quadrilhas norte-americanas, para nos oferecer um grupo de larápios à portuguesa. Com muito humor à mistura, como já é habitual na escrita dele.
Foram 144 páginas que me divirtiram muito. Zambujal não falha nesta missão. Brinca com as palavras, com as frases-feitas, mexe com trocadilhos que só a nossa língua permite e usa expressões tipicamente portuguesas que enchem as medidas do leitor.
Conhecemos as personagens com um capítulo dedicado a cada um, à sua história de vida e ao que os levou, mais tarde, a encontrarem-se no Bar do Japonês e a entrar no mundo do crime. Cada história é melhor que a anterior, repleta de situações cómicas, personagens caricatas e um bocadinho da desgraça do quotidiano com que qualquer português de gema se consegue identificar. E a forma como estes sete personagens, liderados por Renato "o Pacífico" planeiam o roubo é, no minímo, original.
Aconselho este livro a todos aqueles que gostam e querem ler mais literatura portuguesa (sem levarem sempre com os mesmos autores) e a quem queira uma leitura leve e divertida, seja para ir de férias ou para intercalar com leituras mais pesadas. Vale a pena conhecer estes bons malandros que ganharam não só a minha, mas a afeição de muitos leitores ao longo de mais de trinta anos. "Se eles vos divertirem, cumprem o seu destino", disse Mário Zambujal, numa recente reedição da obra.
Título: Crónica dos Bons Malandros
Autor: Mário Zambujal
Edição: Livraria Bertrand - 7ª edição (Novembro 1980)
Ontem, dia 27, foi o terceiro dia da Maratona e mais um dia produtivo. Li mais cem páginas do Pulp. Normalmente, não consigo ler tantas páginas por dia, mas estou empenhada neste desafio. Durante o dia não li muito, umas vinte páginas talvez, mas à noite compensei. Queria ter terminado o livro, mas não consegui. Há dias em que o verbo dormir ganha aos pontos ao verbo ler. Ficaram a faltar cerca de 30 páginas que li hoje. Terminei o meu segundo livro da Mararona. E o meu primeiro do Bukowski. Se tivesse outro dele em casa acho que era o próximo da lista de leituras. Gostei muito. Falo mais dele num post de opinião sobre o livro.
E como a Maratona não pode parar, peguei no terceiro livro escolhido. "No meu peito não cabem pássaros", do Nuno Camarneiro que entra na categoria "Um livro com menos de 200 páginas". Até agora li umas 15 páginas. Vamos ver se a história é tão bonita como o título.
Todos estes livros entram em categorias do meu 2016 Reading Challenge. Está na hora de fazer um update e pôr check em todas as categorias já preenchidas.
Ontem à noite terminei o "Crónica dos Bons Malandros" do Mário Zambujal. Comecei no domingo à meia-noite e ontem antes de dormir terminei-o. Gostei muito. Em breve farei um post sobre ele. Foi bom ter começado com um livro tão divertido, deu-me ânimo para continuar a maratona a todo o gás.
Hoje de manhã comecei o segundo livro. Escolhi o Pulp, do Bukowski. Tinha grandes expectativas e não estão a sair minimamente defraudadas. Tanto que li um pouco menos de metade do livro hoje. Cerca de 100 páginas. Só não li mais por falta de tempo. Ficava irritada cada vez que tinha que parar de ler. É daquelas leituras que nem vemos as páginas passar. Acho que tenho um novo autor no clube dos favoritos. Espero terminar de o ler amanhã.
Vamos no segundo dia da Maratona e estou entusiasmada. A interação com as restantes participantes é motivadora, saber o que cada uma leu e saber que há mais gente envolvida neste desafio estimula a nossa própria leitura. É a minha primeira maratona e sei que só passaram 48 horas mas estou a gostar muito.
A Maratona Literária Fusão começou à meia-noite. Depois de um dia de praia, o sono não me deu tréguas e, portanto, só li o primeiro capítulo do "Crónica dos bons malandros" antes de adormecer. Foram 27 páginas. Hoje à hora de almoço li mais três capítulos e antes do jantar outros três. Já vou a mais de meio, o livro é curtinho. Acabo hoje ou amanhã.
Estou a gostar muito. Já conhecia a escrita do Mário Zambujal, li "À noite logo se vê" o ano passado e gostei bastante, mas estou a gostar ainda mais deste. Gosto muito do humor com que escreve estas histórias, usa expressões populares que fazem toda a diferença na narrativa, dão-lhe um toque especial e faz com que pareça que nada nesta escrita foi pensado, que cada frase lhe saiu espontaneamente como em qualquer conversa de café.
Nunca participei numa Maratona Literária. Sempre achei que ler deve ser por gosto, por prazer e não com metas muito definidas e às vezes irreais. Tenho o meu 2016 Reading Challenge, mas abrange o ano todo, um período de tempo alargado que não nos stressa para atingirmos os objetivos. Por isso, nunca me meti em nenhuma maratona destas que há sempre no verão, no inverno, no carnaval, etc. Mas desta vez apetece-me ver se sou capaz de levar um objetivo a curto prazo, em relação à leitura, até ao fim. Saber que há mais pessoas envolvidas neste projeto dá-me mais pica para ler tudo o que me proponho. E também porque quero dar andamento a algumas leituras antes de ir de férias. Parece-me a combinação perfeita, não é?
A ideia foi da Cláudia, mais conhecida por "A Mulher que Ama Livros" e da sua irmã do blog DeLivros. A ideia é de 25 de Julho a 7 de Agosto ler livros que temos na estante segundo alguns temas, que são:
ler um livro que esteja na tua estante há mais de um ano
ler um livro escrito por uma mulher
ler um livro de um autor novo
ler um livro com menos de 200 paginas
ler um livro recomendado por outra pessoa
Portanto, são duas semanas intensas de leituras. Se me assusta um bocadinho a ideia de não conseguir acabar de ler os livros que quero? Sim. Mas também não será o fim do mundo. A Maratona começa hoje à meia-noite. A ideia é ir fazendo posts sobre como estão a correr as leituras. Não prometo posts todos os dias, mas vou tentar dia sim, dia não. E vou fazendo updates regulares no Instagram.
E aviso que começo já a fazer uma mini batota. A Cláudia diz que não é batota, mas eu acho que sim ;) Vou escolher 4 livros para encaixar nas 5 categorias, ou seja, um deles serve para completar dois temas. Então, os livros escolhidos são:
Um livro que esteja na tua estante há mais de um ano
Crónica dos Bons Malandros (Mário Zambujal) - Está na minha estante há décadas na verdade, trouxe de casa dos meus pais. Já li um livro do autor, gostei muito, quero ler mais coisas dele. Foi o primeiro livro que escreveu. Também podia entrar na categoria de ter menos de 200 páginas. Tem 144. Acho que fica despachado já no início da semana.
Um livro escrito por uma mulher
A primeira investigação de Poirot (Agatha Christie) - Tenho vergonha de dizer que nunca li Agatha Christie. O meu pai tem a coleção inteira dos livros dela, nestas edições antigas em que cada livro traz duas obras. "Roubei-lhe" este, que é o primeiro livro da sua vasta lista de policiais. Este livro também podia entrar para uma categoria extra chamada "Um livro de um género literário que pouco ou nunca lês".
Um livro com menos de 200 páginas / Um livro de um autor novo
No meu peito não cabem pássaros (Nuno Camarneiro) - Tem 190 páginas. É o primeiro livro que o autor escreveu e como nunca li nada dele, assenta perfeitamente nesta categoria. By the way, acho este título lindo.
Um livro recomendado por outra pessoa
Pulp (Charles Bukowski) - Comprei-o na Feira do Livro deste ano e vai já entrar para a lista de leituras. Foi-me recomendado por alguns amigos que gostam muito do autor e por ouvir a Bárbara do canal Letras de Batom falar dele com tanto gosto.