Mais uma voltinha, mais uma tag literária por aqui. Esta foi criada pela Pam Gonçalves, tem sete categorias de acordo com os dias da semana e ideia é associar um livro a cada dia.
Domingo - Um livro que não queres que termine ou não querias que terminasse
Um dos meus preferidos de sempre, "Mataram a Cotovia", de Harper Lee. Porque me agarrei muito à história e porque sabia que era o único livro (até à data) escrito e publicado pela autora.
Segunda-Feira - Um livro que tens preguiça de começar.
"A Muralha de Gelo", das Crónicas de Gelo e Fogo. Li o primeiro livro e quero dar continuidade à série, mas estou com muuuita preguiça de começar. Talvez por saber que, nesta fase, a história dos livros ainda é muito parecida com a da série de televisão - de que sou fã - que já está super adiantada.
Terça-Feira - Um livro que leste por obrigação.
"Aparição" de Vergílio Ferreira foi daqueles livros obrigatórios do secundário que me deu cabo da cabeça. Eu, que até gostei bastante dos livros que eram obrigatórios nas aulas de português (Os Maias é um dos meus preferidos até hoje) sofri para terminar este. Achei muito maçudo, chato, tanto que nem me lembro nada sobre a história. Ainda podia tentar relê-lo hoje em dia para ver se a minha opinião mudava mas...não quero.
Quarta-Feira - Um livro que deixaste pela metade ou estás a ler no momento
Se seguem o Instagram já sabem o que ando a ler. Devagarinho. Porque a escrita de Eça assim o exige e porque não ando a ler muito, no geral.
Quinta-Feira - Um livro "de quinta", que não recomendas
"O Mensageiro", de Andy Andrews. É um livro de auto-ajuda mascarado de ficção. Enganou-me com esta capa.Tinham-me oferecido, ficou na estanto muito tempo antes de lhe pegar. Um dia foi para a mesa de cabeceira. Não deixei a meio porque não gosto de o fazer, mas estive tentada. Odiei. Fraco, cheio de clichés, com uma escrita muito básica. Não leiam.
Sexta-Feira - Um livro que queres que chegue logo (lançamento ou compra)
Este livro de crónicas, escrito pela atriz brasileira Maria Ribeiro, foi lançado em Portugal a semana passada e tenho muita curiosidade em lê-lo. Não comprei ainda, mas é um lançamento recente que há-de vir parar cá a casa.
Sábado - Um livro que quiseste recomeçar assim que terminou.
"A Sangue Frio", do Capote. Depois de "entrar" dentro da cabeça dos assassinos, queria voltar ao início para reler como tudo se passou, já sabendo as razões deles. Não o fiz. Mas vai ser relido um dia, de certeza. Já falei nele aqui e também o escolhi para uma categoria de outra tag. É um dos meus preferidos.
Para não marcar sempre as mesmas pessoas, desta vez desafio a Dora, a Sweet, a Miss F, a the book keeper e a BeatrizCM. Mas toda a gente que passar aqui e achar a tag interessante, está à vontade para responder (e depois vir mostrar-me).
Fiquei na dúvida que classificação dar a este livro, se 4 ou 5 estrelas, não só por todas as opiniões que ouvi de que os próximos são melhores (então para quê gastar já a nota máxima?), mas porque sinto que me faltou alguma coisa.
Já toda a gente sabe que a história é sobre duas amigas. Lenú é a narradora que, no alto dos sessenta anos, decide escrever sobre a sua vida, centrada na amizade que tem com Lila desde a infância. Pelo meio vamos conhecendo o bairro modesto de Nápoles onde cresceram, assim como os seus vizinhos e amigos. Parece simples, não é? Mas é tudo muito mais complexo do que estão à espera.
Achei a primeira parte, sobre a Infância, um bocadinho aborrecida. Percebo que era importante para percebermos o background delas e porque se volta àquela época regularmente para se explicar alguns factos que vão ser essenciais no caminho das personagens. Ainda assim, não me cativou. A segunda parte, sobre a Adolescência, já me envolveu mais, já me consegui relacionar a história, ainda que seja passada nos Anos 60. Mas o final ficou aquém das minhas expectativas. Esperava que houvesse algum acontecimento que me fizesse ficar louca para ler o segundo volume logo a seguir e isso não aconteceu. E por estas razões, dei quatro estrelas e não cinco. Mas gostei bastante e é realmente um livro bom.
E o que é para mim um livro bom? Além de bem escrito, com uma história interessante, profunda e credível, são livros que nos fazem sentir. Seja o que for. E este livro fez-me refletir sobre a minha própria infância e adolescência, fez-me recordar tempos de escola e fez-me pensar em amizades que tinha na época. Algumas ainda hoje mantenho, outras nem por isso. Este livro fez-me olhar para a minha evolução e crescimento como pessoa desde a altura em que tinha 15 anos, que olhava para o futuro incerto com ansiedade, ao mesmo tempo que achava que já sabia tudo. Foi uma leitura importante por isso mesmo. Nenhuma, até hoje, me tinha feito viajar a certas recordações que estavam guardadas numa gaveta no fundo da memória e ficar a pensar nelas com o livro pousado no peito.
Bem-haja ao índice das personagens no ínicio do livro...era toda uma confusão durante a leitura sem ele.
Mas afinal quem é a Elena Ferrante? Uma autora que não dá a cara, só responde a entrevistas por escrito e diz preferir ser conhecida pelas suas palavras e não pelo seu aspecto. Será que é só por isso mesmo? Sinto que toda a historia é um aglomerado de factos sobre a vida daquele bairro e daquelas duas miúdas. Pensei, várias vezes enquanto lia, que é uma obra autobiográfica, que a autora se sentou a escrever a sua própria história, a história do bairro em que cresceu e de uma grande amizade sua. Que desabafou tudo o que quis naquelas páginas, incluindo alguns pormenores que não aquecem nem arrefecem, romantizando um bocadinho alguns factos. Posso estar enganada. Mas juntamente com o facto de ela não querer revelar a identidade com medo de "virar alvo de hostilidades públicas", essa teoria ganha força.
“Estou habituada a escrever como se estivesse a repartir um espólio. A uma personagem atribuo uma característica de Fulano, a outra uma frase de Beltrano. Reproduzo situações em que pessoas, que conheço ou conheci, se encontraram de facto, revivo experiências verdadeiras. (...) De modo que aquilo que escrevo está cheio de referências a situações e acontecimentos que realmente se deram, mas que foram reorganizados e recriados como nunca ocorreram.” - Lido, aqui.
E a questão que se impõe no final da leitura é: Quem é, afinal, "A" amiga genial? A Lila ou a Lenú?
(Capas italiana, espanhola, brasileira e norteamericana)
E a tradução? Não deve ter sido um trabalho fácil, mas certas palavras e expressões irritaram-me. Não sei como está o original, nem peço que traduzam as obras de forma a simplificarem a sua linguagem a um ponto básico quando não é assim que o autor original escreve. Mas houve palavras utilizadas demasiadas vezes como, por exemplo, “altercação”, quando podiam de vez em quando ter usado sinónimos. A utilização do gerúndio também me incomodou, como “o que ela estava sentindo”, sendo que não estamos a traduzir para brasileiro nem para alentejano. Mas vá, são pormenores e não foi por isso que gostei menos da história.
Eu sou muito fã do Gregório Duvivier. E sou muito fã da Clarice Falcão. Fora o Porta dos Fundos, que adoro, sou fã da escrita dele e das músicas dela. Era fã deles como casal. Separaram-se há algum tempo. E agora ele escreveu, como tão bem sabe, tudo o que ela representou e as marcas que deixou.
"Desculpe o transtorno, preciso falar da Clarice", é uma declaração pós-separação. É um acto de amor, que mostra uma nobreza de espírito que não se vê todos os dias. Até porque ela, hoje em dia, está noutra relação e nem toda a gente teria coragem de escrever publicamente para um ex comprometido.
Setembro ainda vai a meio e eu já estou a pensar nos desafios literários que quero realizar em 2017. Dois em particular. Um anual e um para o primeiro semestre.
Acho sinceramente que os dias deviam ter mais de 24 horas para podermos ler mais, ver mais filmes, ver mais séries e ter tempo para tudo. É que nos últimos tempos vejo tantas maratonas literárias e desafios cinematográficos e etc, que uma pessoa não consegue chegar a tudo. A verdade é que não nos identificamos com todos e eu só participo naqueles que me chamam mais, pelo tipo de experiências que proporcionam ou pelos desafios que propõem. De vez em quando aparecem uns que valem a pena, especialmente quando são criados por pessoas que gostamos de ler e ouvir neste mundo dos blogs e canais.
Isto para dizer que a Dora criou a sua primeira Cinematona que, como o nome indica, é uma maratona de cinema. Dura um mês, de 12 de Setembro a 12 de Outubro (começa hoje), com doze categorias que acho muito abrangentes. Só não dá é para encaixar um filme em várias, nem escolher filmes que já vimos.
Eu, que vejo vários filmes por mês acho o desafio fácil, mas para quem vê pouco cinema é uma boa forma de se desafiar nesse sentido, de ver mais filmes e de géneros de que normalmente foge. Eu fujo de filmes de terror...pimbas, vou ter que levar com um aqui. Mas sair da zona de conforto é bom...digo eu agora à luz do dia, sem medo de nada.
E os desafios são:
1. Um documentário 2. Um filme europeu 3. Um filme de terror 4. Uma comédia romântica 5. Um filme recomendado 6. Um filme com o actor preferido 7. Um filme com a actriz preferida 8. Um filme erótico 9. Um filme de 2016
10. Um filme que toda a gente viu menos eu
11. Uma adaptação cinematográfica 12. Um filme dos anos 80
Há alguns filmes que tenho para ver e que encaixam perfeitamente nestas categorias. Vou partilhando aqui e no Instagram sempre que fizer check num dos desafios.
Eu, que vejo bastantes filmes por mês, falo pouco disso aqui no blog, sem ser sobre adaptações cinematográficas de certos livros. Digam-me se gostavam de ver, de vez em quando, uns posts sobre cinema.
Agosto foi um mês bom em tudo. Praia, piscina, bons fins de tarde, bons fins de semana, férias e também de leituras. Li seis livros, o que é muito bom tendo em conta que houve ali uma semana e pouco, a meio do mês, em que não peguei praticamente em nada.
Como gosto de ver estes resumos noutros blogs e canais, acho que tem sentido partilhar umas estatísticas pessoais por aqui também. Há muito tempo que registo este tipo de coisas no caderninho onde aponto as minhas leituras (sim, além do Goodreads vai tudo para um caderninho) só não costumo publicá-las no blog porque nem todos os meses são iguais em termos de leituras.
6 livros lidos
5 livros físicos + 1 ebook
5 livros de ficção + 1 livro de não ficção
2 homens + 4 mulheres
2 autores brasileiros + 2 ingleses + 1 italiano + 1 norte-americano
3 livros da primeira metade do séc.XX + 3 livros publicados nesta década (> 2010)