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SAY HELLO TO MY BOOKS

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Ter | 28.02.17

E não é que ganharam todos os que eu queria?

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Domingo, às 18h20, partilhei isto no meu Facebook:

"Depois de ver todos os filmes nomeados e mais alguns... A torcer pelo Moonlight, pelo Casey Affleck (se for para o Denzel também vai bem), dividida entre a Emma Stone e a Isabelle Hupert, e ansiosa para ver a Viola com a estatueta. Está quase."

 

Umas boas horas depois concretizou-se tudo o que eu queria. Moonlight ganhou, num momento com pouca glória é certo, mas fiquei feliz. Casey Affleck, íncrivel em Manchester by the Sea levou a estatueta de Melhor Actor e Emma Stone de Melhor Actriz, ainda que tenha tido pena que a Isabelle Hupert tenha saído de mãos a abanar e a Natalie Portman não tenha tido o devido reconhecimento pelo trabalho irrepreensível que fez para se tornar na Jackie Kennedy. Mahershala Ali ganhou Melhor Actor Secundário, uma categoria em que não tinha um preferido, mas fiquei contente até porque este homem tem uma pinta do caraças e é sempre bom ter mais tempo para olhar para ele. E a minha querida Viola Davis, uma das melhores actrizes da sua geração, foi finalmente oscarizada. Muito, muito feliz.

 

De resto, a entrada do Justin Timberlake foi óptima, um boost de energia para começar a cerimónia. Jimmy Kimmel, de quem nem sou muito fã, esteve muito bem, as piadas deles com o Matt Damon resultaram a noite toda, o momento Rei Leão com o Sunny Pawar foi bem metido e aquela ovation em pé à Meryl Streep foi um óptimo momento de está-masé-caladinho-oh-trump! E ainda vi o meu Leo voltar àquele palco. #suspiro

 

Tirando isso, há erros imperdoáveis nesta edição e não estou só a falar do erro épico do envelope, mas de porem a fotografia de uma pessoa viva no vídeo de memória aos artistas que morreram durante o ano passado. Várias cabeças rolaram depois da gala de certeza. E temos ainda o prémio de maior aziado da noite que foi claramente para o Denzel. Era o preferido de muitos, mas calma bebé...já tens dois em casa. Podia ter mostrado um bocadinho mais de humildade quando Casey subiu ao palco e lhe agradeceu. Nem um sorriso esboçou.

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Enfim. Para o ano estaremos cá. Até 2018!

Dom | 26.02.17

Óscares 2017 | Os meus palpites e desejos

É hoje a 89ª cerimónia dos Óscares!!! Depois de ver quase todos os filmes nomeados, digo-vos quais são os meus palpites para os vencedores e se vão ao encontro daqueles que gostava mesmo que ganhassem. 

 

MELHOR FILME

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Depois de ver os nove filmes posso dizer que este ano, em comparação com o ano passado, não houve nenhum que não gostasse (em 2016 achei A Queda de Wall Street chato e Brooklyn terrível). Este ano, gostando de todos, não nego que tenho os meus preferidos e que Fences e Arrival foram os que gostei menos, ainda que tenha gostado bastante.

A primeira parte de Fences entediou-me e há outros filmes de ficção científica que mexeram mais comigo que Arrival. As maiores surpresas foram Hell or High Water, que vi sem expectativas e fiquei presa ao ecrã, e Hacksaw Ridge que achava que não ia gostar e adorei. Manchester by the Sea foi o primeiro que vi e é, sem dúvida, o maior drama da lista.Está bem feito, tem as pausas dramáticas necessárias para a coisa funcionar e é muito real. A história de Lion está no meu coração, mas já tinha lido o livro e comparando os dois, o filme é inferior. La La Land não defraudou as minhas expectativas, mas entre isso e ser o melhor filme de sempre como muitos dizem, vai um longo caminho. Moonlight é muito bom, os actores são excelentes, conta uma história que tanto se passa em Miami como podia ser nos bairros pobres de Lisboa, por exemplo. 

Estou a torcer por Moonlight. Mas poderá ganhar La La Land. O ano passado fiquei surpreendida por Spotlight ter ultrapassado The Revenant na corrida e levar o Óscar para casa. Pode ser que Moonlight consiga também ganhar ao grande favorito. 

 

Podem ver a minha opinião mais pormenorizada sobre cada um dos filmes aqui: 

Moonlight / La La Land / Hacksaw Ridge / Manchester by the Sea

Hell or High Water / Arrival / Hidden Figures / Fences

 

 

MELHOR REALIZADOR

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O grande preferido é Damien Chazelle com La La Land. Todos os prémios de cinema que existem antes dos Óscares têm-no consagrado. Se fosse eu a escolher dividia-me entre Chazelle e Mel Gibson com Hacksaw Ridge. Está envolvido em várias polémicas, mas separando o homem insuportável do realizador, há planos de pormenores incríveis no filme. Mas acho que é mesmo Chazelle a levar a estatueta para casa. 

 

 

MELHOR ACTOR PRINCIPAL

 

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Depois de torcer com unhas, dentes e todas as partes do corpo pelo Leo DiCaprio, o ano passado, e ter feito uma festa quando ganhou (sim, estava acordada a ver em directo), este ano não torço dessa forma por nenhum dos actores. 

Captain Fantastic foi, talvez, o melhor filme de 2016, para mim. Viggo Mortensen está muito bem, mas não chega para um óscar. Depois temos Andrew Garfield, um miúdo que se portou à altura do papel. A cantar e a dançar entra o meu querido Ryan Gosling com todo o mérito da nomeação mas, comparando com um Denzel...são dois patamares diferentes, porque temos um Denzel Washington incrível em Fences, a fazer de Trox Maxson, papel que trouxe do teatro. Brilhante nos diálogos (quase monólogos) e em fazer-nos odiá-lo.

E, por mim, existe o Casey Affleck em Manchester by the Sea. Não tirando mérito aos outros, é "fácil" fazer um grande papel quando nos põem a dançar e a cantar ou quando nos põem num cenário de guerra...são ambientes que ajudam. Mas fazer o público sentir dor, angústia e desespero em pequenos gestos, olhares ou simples palavras não é tão fácil assim. Por isso, para mim ganhava o Casey Affleck. Acho mesmo que o Óscar estará entre ele e o Denzel. Qualquer dos dois que ganhe, fico feliz. 

 

 

MELHOR ACTRIZ PRINCIPAL

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Começo por dizer que não vi Loving, portanto só vou falar das outras quatro nomeadas (perdoem-me!). Que quatro actrizes do caraças!

Meryl Streep não sabe o que é ser má actriz... Acredito que mesmo papel seja mau, seja incrivelmente interpretado por aquela mulher. É a actriz mais nomeada de sempre nos Óscares. Está óptima em Florence, mas acaba por ser a protagonista com menos intensidade de todas, na minha opinião. Quando soube que Natalie Portman ia fazer de Jackie pensei que não podiam ter escolhido melhor. E estava certa. Natalie mudou a voz, a postura, tudo para se parecer com a verdadeira. Merece, sem dúvida, esta nomeação (por outro lado achei o filme, no geral, fraquinho). A maior surpresa para mim foi Isabelle Huppert. Mal sabia do que se tratava Elle e fui completamente surpreendida pela sua interpretação. Adorei o filme, adorei a personagem dela e confesso, estou dividida entre Isabelle e Emma Stone, que está maravilhosa no papel de Mia, em La La Land. Conseguimos notar os seus toques pessoais na personagem e se fosse outra pessoa qualquer naquele papel não tinha a mesma piada. Entre Isabelle Huppert e Emma Stone, as duas vencedoras dos Globos de Ouro deste ano, não sei qual prefiro que ganhe. Sei que adorava ver a Emma com a estatueta na mão, mas se ganhar a Isabelle vou ficar muito feliz na mesma. 

 

 

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO 

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Não vi Nocturnal Animals, não posso falar do Michael Shannon, mas já ouvi dizer que é um dos preferidos. Gostei muito do Lucas Hedges, o actor mais novo desta categoria, em Manchester by the Sea e era bem capaz de lhe dar o óscar. O Dev Patel está bem em Lion mas já o vi a fazer melhor. Mahershala Ali é também um nome que tem sido muito falado, mas tenho pena de não o ter visto mais em Moonlight. Só entra na primeira parte das três em que o filme é dividido. Será que é o suficiente para levar o óscar para casa? Em Hell ou High Water, Jeff Bridges interpreta um Ranger do Texas, atrás de dois ladõres de bancos, mas não simpatizei com o personagem por aí além. É capaz de ser a categoria onde tenho mais dúvidas, por não tem um preferido. Mas dos quatro que posso falar, talvez vá para o Mahershala Ali

 

 

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA 

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Viola. Viola. Viola. Tem que ganhar a Viola Davis. Sou muito fã dela, é uma actriz brilhante que merece todo o reconhecimento possível. Se não estivesse a Viola nesta categoria, daria o prémio a Naomi Harris, por Moonlight, onde intepretra a mãe drogada do personagem principal. Vi-a há pouco tempo no filme Beleza Colateral e tinha-a achado uma actriz mediana. Fez-me olhar para ela com outros olhos depois deste papel. A Octavia Spencer está bem em Hidden Figures, mas não vamos comparar esta nomeação com a que teve em 2012 (e que ganhou) pelo papel de Minnie Jackson em As Serviçais. Temos também a Nicole Kidman em Lion que não está mal, mas é um papel normalzinho. E da Michelle Williams nem vou falar... Onde é que as três aparições da mulher no filme são motivo para uma nomeação a um óscar? 

 

 

MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL 

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Aqui vou torcer por La La Land, acho que foi realmente uma lufada de ar fresco em Hollywood. Até porque muitas vezes os musicais que aparecem são a puxar ao drama e este, por outro lado, é bem alegre. 

Manchester by the Sea e Hell or High Water têm histórias que já vimos parecidas por aí. 20th Century Women é um filme que se vê bem, tem alguns pormenores no argumento que são interessantes, mas não é assim tão bom para ganhar um óscar. The Lobster não vi, é o único de que não posso falar. 

 

 

MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO 

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Fences é adaptado de uma peça de teatro, e acredito que seja uma adaptação de qualidade. Os outros são adaptados de livros. O único livro que li foi A Longa Estrada para Casa (Lion), portanto em termos de comparação só posso falar desse. Sendo uma boa adaptação, não acho que seja a melhor do mundo. Há coisas que faria diferente. Quanto aos restantes três, talvez Arrival fosse o mais difícil de adaptar, ter que criar algo que não é real. Talvez vá para Fences, eu daria ao Arrival. 

 

Outros:

Quanto aos Filmes de Animação o único que vi foi Zootopia e, achando divertido e com pormenores muito bem apanhados, não me arrebatou. Se compararmos com Inside Out, que ganhou o ano passado e que adorei, Zootopia está um nível abaixo, na minha opinião.

Acho que La La Land irá levar os óscares de Melhor Banda Sonora, Melhor Fotografia e Melhor Guarda-Roupa. 

Não vi os filmes estrangeiros, os documentários nem as curtas-metragens, portanto não posso dar opinião nessas categorias. E também me abstenho de comentar aquelas mais técnicas como Melhor Montagem, Melhor Direccção Artística e Melhores Efeitos Especiais

 

Só por curiosidade... Repararam no cruzamento d actores entre Moonlight e Hidden Figures? Mahershala Ali, o Juan de Moonlight era o coronel que se casou com Katherine (Taraji P. Henson) em Hidden Figures, filme que tinha Janelle Monae como uma das três protagonistas que, por sua vez, entra também em Moonlight, como Teresa, mulher do Mahershala Ali. 

 

E vocês? Palpites, apostas, desejos? Quem acham que serão os grandes vencedores da noite? Vão ver em directo ou esperar para saber quem ganhou amanhã? 

 

Qui | 23.02.17

FILMES | La La Land

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Vamos finalmente falar de La La Land. Foi dos poucos, da lista de nomeados para os Óscares, que vi no cinema. Fiz questão. Achei que merecia um ecrã grande e um som poderoso. Devo dizer, primeiro que tudo, que foi uma lufada de ar fresco nos dramalhões que a Academia escolheu este ano. É um filme alegre, divertido, para cima, com cor, com música, com ritmo, sorrisos, amor e humor. Adoro que tenha trazido a magia e importância do jazz à superfície, tantas vezes considerado "música de elevador", como bem dizem no filme. Gosto do ataque ao glamour que é tentar ser actriz em L.A. hoje em dia, ainda que muito romantizado. E, sobretudo, gosto do final. Realista, bonito, tocante na mesma.

 

Há muito que gosto da Emma Stone e desde o "The Notebook" que tenho um crush gigante pelo Ryan Gosling. Acho que fazem um par cheio de química e isso dá mais força à experiência que é ver este filme. Ficamos colados à relação dos dois desde o início. Gostei especialmente daquela cena em que ela o reencontra numa festa, onde ele faz parte da banda que está a tocar êxitos dos anos 80.

 

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Adoro o guarda-roupa, queria todos os vestidos da Emma. Adoro a Fotografia, tem imagens lindas e completamente mágicas. Adoro as referências e todas as cenas que são uma verdadeira homenagem aos musicais antigos. Adoro a inocência e o romantismo do início da relação deles. E gosto da banda sonora, mas tinha ouvido tantos elogios, que ia com uma expectativa que, não saindo defraudada, também não achei a última coca-cola do deserto (vocês ententem!). Tem músicas bem giras, mas não vim para casa pôr-me a ouvir aquilo antes de dormir. Ah, o John Legend está muito bem no papel de Keith. Surpreendeu-me. 

 

Se ganhará o Óscar de Melhor Filme? Não sabemos. Mas podemos dizer que o pessoal ficou todo um bocado histérico demais com isto. "La La Land não é um filme mau. É apenas razoável, se bem que tecnicamente impressionante e na verdade mais cheio de ecos do passado que com vontade em levar o cinema musical a novos destinos" - não podia concordar mais (lido aqui). É um filme bom, é um filme que quero rever, sem dúvida, mas não sei se, caso não tivesse sido nomeado, não teria passado despercebido a muita gente que não lhe daria o mínimo crédito só porque é musical. Dou-lhe 8/10.

 

Outros nomeados para Melhor Filme:

Manchester by the Sea

Hidden Figures

Fences

Moonlight

Hell or High Water

Hacksaw Ridge

Arrival

Qui | 23.02.17

FILMES | Arrival

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Alguém que me explique, como se eu fosse muito burra, como é que Arrival está nomeado para Melhor Filme este ano e o Interstellar NEM UMA NOMEAÇÃO TEVE há dois anos!?! Se queriam incluir ficção científica na coisa como é que deixaram passar o Interstellar que é só um dos melhores filmes dos últimos anos, deste género? E se é para falar de injustiças também não percebo como é que a Amy Adams não foi nomeada por este papel. Mas adiante.

 

É um filme que se vê bem. Entretém. Mas não é um filme inesquecível. Eu gostei do argumento, gostei da aparência que deram aos extraterrestres e achei interessante a hipótese de poder existir uma linguagem universal, que o filme deixou em cima da mesa. Gostei da mensagem de que juntos somos mais fortes, que se os países e as potências mundiais se unirem para resolver problemas que são de todos, o resultado final será sempre mais vantajoso. E aquele twist sobre os flashes que Louise tinha foi muito bom. Mas, no geral, é um filme que não vai além do que é. 

 

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Basicamente, temos doze misteriosas naves espaciais que aterram em vários pontos do globo. Para tentar comunicar com os seres que estão lá dentro, o governo dos EUA vai buscar Louise Banks, uma especialista em linguística, com a missão de tentar decifrar o que eles têm para dizer e fazê-los entender a nossa forma de comunicar. Depois de vários esforços, Louise consegue encontrar uma forma de lhes transmitir certos conceitos, numa luta contra o tempo, em que o mundo está à beira de uma guerra mundial. Para o conseguir irá correr risco de vida (muito gosta Hollywood destas coisas) e acaba por descobrir um facto poderoso sobre ela própria

 

A verdade é que ficamos colados ao ecrã para saber como tudo aquilo vai terminar. O que é que eles vieram cá fazer? Será que conseguem compreender os humanos? Será tudo parte de um plano para destruir a terra? Louise vai conseguir comunicar com eles? Estamos ali durante quase duas horas cheios de perguntas. E quando as respostas chegam não são assim tão empolgantes como isso. Esperava motivos e explicações mais elaborados. Mas isso é apenas a minha opinião. Dou-lhe 7/10.

 

Outros nomeados para Melhor Filme:

Manchester by the Sea

Hidden Figures

Fences

Moonlight

Hell or High Water

Hacksaw Ridge

 

Qua | 22.02.17

FILMES | Hacksaw Ridge

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Confesso que torço sempre um bocado o nariz a filmes de guerra. Sinto que vai sair dali mais do mesmo. Parvoíce minha porque vou perdendo ou adiando boas histórias. Hacksaw Ridge foi uma boa surpresa. Gostei muito mais do que estava à espera. Era daqueles filmes que se não tivesse nomeado para os Óscares provavelmente não via, para já. Até deixei cair ali uma lagriminha no momento em que o homem desce da ribanceira, completamente cansado com a admiração de todos. Momento bonito. 

 

Baseado numa história verídica, Desmond Doss, o herói do filme, foi o um soldado americano que, durante a 2ª Guerra Mundial, lutou na frente de batalha sem nunca pegar numa arma. Declarou-se objector de consciência, isto é, alguém que segue princípios religiosos, morais ou éticos e se recusa a fazer algo que vá contra esse princípios. Ser contra o uso de armas acaba por ser praticamente incompatível com o serviço militar. Por isso mesmo, durante os treinos, Desmond negou pegar sequer numa arma e foi gozado, maltratado e julgado por causa disso. Conseguiu aguentar todas as provações e garantir o seu lugar na guerra como médico. E foi assim que, contra os japoneses, na batalha de Hacksaw Ridge, se tornou num verdadeiro heroi. Enquanto os colegas combiatiam os inimigos, Desmond tentava salvar os que ficavam feridos, acreditando que os podia salvar quando já ninguém dava nada por eles. Conseguiu evacuar dezenas de soldados feridos, que ficaram caídos em território inimigo e que morreriam sem a ajuda dele, arriscando a própria vida. 

 

O filme é bastante gráfico. Sugiro que não estejam a comerquando chegar à parte da batalha. Mas teve alguns planos que achei incríveis, por exemplo, quando Desmond enterra um dos colegas para o salvar dos olhares dos japoneses a passar por ali, deixando-lhe apenas um olho de fora...que cena maravilhosa!

 

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Gostei da história, gostei da forma como foi contada. Mas não gostei de alguns pontos especifícos. Sei que o verdadeiro Desmond Doss era religioso. Aparecem imagens do próprio, no final do filme, contando como naquele momento de aperto pediu a Deus "só mais um, só mais um", até conseguir ajudar um total de 75 homens. Sei que Mel Gibson, realizador do filme, é também bastante religioso. Mas achei que todas as referências à Bíblia e as tiradas religiosas eram demais. Então aquela cena final quando ele desce na maca e a câmara muda a mostrar um plano quase como se ele estivesse a ir para o céu... Por favor! Achei mega piroso. Também acho que a relação de Desmond com o pai podia ter sido mais explorada. E achei que podia ter havido mais cenas com o irmão, ao início, antes de partirem para a Guerra. 

 

Andrew Garfield, nomeado para Melhor Actor, está bem no papel. Mas com uma boa direcção de actores, é difícil não se estar bem num papel destes. O papel em si já tem muita força. É só isso que me faz ter outro preferido para o Óscar. Mel Gibson está nomeado para Melhor Realizador, também não acho que ganhe. Ainda assim é capaz de ser o único filme de guerra que poderei um dia querer rever. E isso diz muito. Dou-lhe 8/10.

 

Outros nomeados para Melhor Filme:

Manchester by the Sea

Hidden Figures

Fences

Moonlight

Hell or High Water

 

Ter | 21.02.17

FILMES | Hell or High Water

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Não esperava nada deste filme, não tinha expectativas e pouco sabia sobre ele. Que boa surpresa foi! Nomeado para Melhor Filme, Melhor Argumento Original e com Jeff Bridges indicado para Melhor Actor Secundário, apenas sabia que nos apresentava dois irmãos bandidos. Ninguém me disse que era um filme mesmo giro, que nos prendia do início ao fim pelo desejo de saber como tudo ia acabar e, também ninguém me disse que o Chris Pine estava a provocar várias poças de baba pelos cinemas do mundo fora. 

 

Então, resumindo, sem dar spoilers, dois irmãos, do Texas, decidem começar a assaltar bancos, nunca levando grandes quantias de dinheiro. Assaltam sempre sucursais do mesmo banco que está a penhorar a propriedade da família. Percebemos no primeiro assalto, na primeira cena, que um deles não se sente muito confortável naquele papel. Percebemos depois que esse, Toby, é divrocidado e quer apenas assegurar uma vida melhor para os filhos, enquanto Tanner, já esteve preso e faz aquilo por desporto. Este esquema parece resultar até entrar ao barulho Marcus Hamilton (Jeff Bridges), um Ranger texano, à procura de um triunfo final antes da reforma. Os caminhos deles vão-se cruzar e mais não conto.

 

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O filme tem pequenas personagens que adorei, como a empregada gordinha do restaurante que faz tudo para defender os criminosos, a empregava mais velha de outro restaurante, super mandona e autoritária, e mesmo Alberto, o colega Ranger de Marcus, com quem troca constantemente piadas de questões raciais. Adoro o diálogo da cena final entre Toby e Marcus. Acho que toda a história está bem construída, as peças vão-se encaixando e, apesar de conseguirmos prever algumas cenas, há acontecimentos que nos apanham desprevenidos. Fiquei ainda mais surpreendida quando me apercebi que o filme foi escrito por Taylor Sheridon, que também escreveu "Sicario", filme que vi o ano passado e detestei. Por fim, aquelas paisagens texanas e a banda sonora, que assenta como uma luva, fazem-nos entrar completamente no espírito dos filmes de cowboys, agora adaptados ao século XXI. Dou-lhe 8/10. 

 

Outros nomeados para Melhor Filme:

Manchester by the Sea

Hidden Figures

Fences

Moonlight

 

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