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SAY HELLO TO MY BOOKS

SAY HELLO TO MY BOOKS

Seg | 12.02.18

MARÇO FEMININO 2018

O Março Feminino está de volta! Yuhuuu! Surgiu o ano passado e correu muito bem. O desafio era simples: ler apenas mulheres durante todo o mês. Podiam ser um ou dez livros, o importante era ler livros escritos por mulheres. As mais clássicas, as contemporâneas, as portuguesas, as estrangeiras, as de ficção, as de poesia...tanto faz. Se for uma mistura dessas todas, melhor ainda. Em 2017 correu muito bem, houve muitas participações e muita coisa boa a ser lida, como podem ver aqui. E, por isso, este ano volta o desafio, como não podia deixar de ser. É só mais uma desculpa para dar voz ao poder feminino na literatura. 

 

De 1 a 31 de Março vamos ler apenas livros escritos por mulheres. Vamos falar de escritoras e literatura, vamos partilhar as nossas preferidas, vamos ter conteúdos relacionados com o tema. Estão todos convidados a participar. É só pegarem nos livros e irem partilhando as vossas leituras nos blogs, canais e nas redes sociais com #marçofeminino (não se esqueçam do hashtag, para poder ir acompanhando as vossas leituras). Vou fazendo um apanhado dos posts ao longo das semanas, um apanhado geral das fotografias e leituras no fim e umas surpresinhas também pelo caminho. 

 

Já separei alguns livros para a TBR, que ainda não está fechada. Conto com vocês? 

Sab | 10.02.18

Sobre contar histórias

"Positivamente, contar histórias é uma das mais belas ocupações humanas: e a Grécia assim o compreendeu, divinizando Homero, que não era mais que um sublime contador de contos da carochinha. Todas as outras ocupações humanas tendem mais ou menos a explorar o homem: só essa de contar histórias se dedica amoravelmente a entretê-lo, o que tantas vezes equivale a consolá-lo". 

 

Eça de Queiroz,

Correspondência "Carta aos Condes de Arnoso e Sabugosa",

datada de Paris, 8 de Fevereiro de 1895.

Qua | 07.02.18

A Vegetariana, Han Kang

IMG_8470.jpg(Fotografia tirada em Dezembro, com o mar das Caraíbas como cenário)

 

"Antes de a minha mulher se ter tornado vegetariana, sempre pensei nela

como alguém que não tinha rigorosamente nada de especial". 

 

É assim que começa este livro tão badalado nos últimos dois anos, desde que foi traduzido para língua inglesa, em 2016, e nesse mesmo ano ganhou o Man Booker International Prize (quase dez anos depois da sua publicação em 2007, na Coreia do Sul). Tudo o que ouvi sobre o livro despertou-me um interesse que, à partida, o título por si só não despertaria. Percebi que não era um livro sobre vegetarianismo puro e duro, e que havia um enredo mais complexo por trás. Sabia que a vida de uma família mudava a partir do momento em que a protagonista decidia tornar-se vegetariana. Não sabia o que esperar da história, mas certamente não era parecido com o que li. Não posso dizer que tenha adorado - como tanta gente adorou - apesar de lhe reconhecer valor.  Tem partes bastante originais, outras achei banais. E acho que a história se perde a meio. Parece que a autora tinha a ideia estruturada quando começou a escrever e depois foi-se perdendo, sem saber para onde ir. A permissa com que começa é muito boa, mas depois entra num decrescendo em que o final não tem a força do início. 

 

Yeong-hye é 'A' vegetariana. É à volta dela que a história se constrói, apesar de nunca conhecermos totalmente o que lhe vai dentro da cabeça. O livro está dividio em três partes e nenhuma é narrada por ela. A primeira parte é pelo marido, a segunda pelo cunhado e a terceira pela irmã, dando-nos três perspetivas diferentes. Vamos percebendo como a decisão de ser tornar vegetariana influenciou toda a família e o futuro de cada um. Mas, no fundo, nada do que se passou a seguir esteve diretamente ligado à decisão dela, mas sim a problemas mais profundos de relacionamentos, personalidades e egos. Gosto muito de ler sobre relações humanas e, por isso, gostei bastante da primeira e segunda partes do livro. Teria dado quatro estrelas se o resto da obra explorasse esse caminho. Mas depois a história perdeu-me. Não quero dar spoilers, por isso não vou revelar mais. Mas tudo o que veio a seguir pareceu-me muito surreal. Consigo ter sensibilidade para compreender certo tipo de distúrbios mentais, mas para mim houve muita coisa sem sentido nesta história. Nem o amor incondicional da irmã por ela me aqueceu o coração, não me tocou. E o irmão? O que trouxe à história? Personagem desnecessária, criada ninguém sabe bem porquê, tal e qual a ajudante de Yeong-hye no hospital. Li as últimas páginas já a bufar e sem paciência. E sim, percebi a mensagem que quis passar. Só não gostei por aí além. 

 

Também acho que o título não corresponde ao conteúdo e isso irritou-me. Li e vi tantas opiniões a focarem-se tanto na decisão de Yeong-hye em deixar de comer carne e que sofreu porque isso ia contra as "normas" da sociedade e bla bla bla...mas, sinceramente, acho que isso é o facto com menos importância neste livro. É uma questão relevante sim, mas fica completamente em segundo plano aqui. Porque percebemos que os problemas dela já vinham de trás, muito antes da decisão. Também se diz muito que é "a história de uma mulher com desejo de ser dona das suas vontades, de querer controlar o próprio corpo". Não concordo. Acho que toda a razão para se querer tornar vegetariana - e posteriormente uma árvore - da forma radical como o faz, e com a apatia que mostra ao longo de todo o processo, revela é alguém muito perturbado, com um sofrimento e depressão profundos. Esse sim, é o foco principal do livro, na minha opinião. Acho que descreve bem alguns aspectos relacionados com a Solidão. Gosto muito mais da face negra e depressiva das personagens tratada de forma intrínseca, do que estando associada à tal decisão. Os relacionamentos humanos, as reacções, as motivações mais profundas de um personagem é o que mais gosto de ler e descobrir. E isso é, para mim, o ponto alto do livro. 

 

"Vê os pingos da chuva a fustigarem a janela, com a cadência constante em que

só as pessoas habituadas à solidão reparam".

 

Título: A Vegetariana 

Autor: Han Kang

Edição: D. Quixote, 2016

Ano de publicação: 2007, Coreia do Sul 

 Nº páginas: 190

Sab | 03.02.18

COISAS BOAS DE JANEIRO

UM EVENTO

Encontro Literário na Livraria Ler Devagar (LX Factory, em Lisboa), com Maria Ribeiro e Gonçalo M. Tavares, moderado por Anabela Mota Ribeiro. Uma conversa sobre livros e sobre a vida, sobre clássicos e contemporâneos, sobre leitores e escritores. Muito bom. 

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UMA MÚSICA 

O Richie lançou um novo mixtape (CD digital, vá) no final de 2017 e foi o álbum que teve em loop no meu sportify durante o mês de Janeiro. Fui ontem (2 Fevereiro) ao concerto no Altice Arena (ex-Pavilhão Atlântico). Foi a primeira vez que ele pisou a maior sala de espetáculos do país, depois de ter passado por festivais de verão, festivais académicos, pelas festas das terrinhas e até pelo Campo Pequeno. Estava feliz e emocionado. Conheço-o há muitos anos, sei o que batalhou, sei o que evoluiu e vê-lo ali, ontem, numa sala cheia a cantar as músicas dele, foi emocionante. Esta é a minha música preferida do novo trabalho. Boa vibe, dá vontade de dançar, cantar e contrariar o mood de Inverno. 

 

UM FILME

Three Billboards Outside Ebbing, Missouri foi o filme que se destacou nas minhas preferências, este mês. Muito, muito bom. Diferente do que tenho visto. Com um argumento e interpretações maravilhosas. 

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UM RESTAURANTE 

Sensei lounge, em Carcavelos. O sushi que mais gosto perto de casa, com uma boa a relação qualidade-preço. Não falha. 

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UM VÍDEO 

Não é novo, mas só vi agora e é muito bom. O Jimmy Fallon é o meu apresentador de talk show norte-americano preferido. Tem graça, sentido de humor, ideias ótimas e é super boa onda. Aqui, a entrevistar Nicole Kidman, no que deveria ser uma conversa normal sobre o novo filme da atriz, acabam a puxar um assunto antigo sobre um encontro que tiveram há 15 anos. Um desastre, principalmente quando o Jimmy percebe que a Nicole tinha interesse nele, na altura, e ele deixou passar a oportunidade. 

 

UMA SÉRIE

Vicei na primeira temporada de American Crime Story, The People vs OJ Simpson. Fez-me procurar muita informação na Net, ver fotografias verdadeiras da época, ver mil entrevistas reais dos vários dos envolvidos e mergulhar completamente nesta história, de que só sabia o básico. Falava da série a todas as pessoas com quem estava. E, mesmo sabendo como iria terminar, estava a torcer para ser diferente e a sentir-me super revoltada com tudo o que se passou.

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UMA NOTÍCIA 

Funcionários criam biblioteca com livros encontrados no lixo. Aqui. Que iniciativa especial. 

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UM POST

Meu: VIDA | O meu 2017

Outro: Os homens preferem as loiras - aprendo sempre qualquer coisa com os posts do blog Horas Extraordinárias.