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SAY HELLO TO MY BOOKS

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Sex | 09.03.18

A Contadora de Histórias, Jodi Picoult

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Não se deixem enganar pela capa fofinha, é uma história de peso. Gostei muito deste livro. Nunca tinha lido nada da Jodi, por isso não tinha uma ideia formada sobre a "fórmula" que ela usa nas suas obras, como tanta gente diz. Fui de espírito aberto, apenas sabendo que tinha alguma coisa relacionada com o Holocausto. É um dos tema que mais gosto, mas só tinha lido livros de não ficcão. E este, mesmo tendo personagens e relatos ficcionados, mexeu comigo. E, quem leu, diga lá se este álbum de fotos não faz lembrar o caderninho da Minka? 

 

"Por vezes, tudo o que precisamos para viver mais um dia é de uma boa razão para ficar neste mundo". 

 

A Contadora de Histórias está dividida em três partes e os capítulos são narrados por personagens diferentes. Isso dá-nos várias perspectivas, que nos falam do presente e do passado. Na primeira parte ficamos a conhecer Sage, uma jovem padeira, que tem uma autoestima baixissíma pela enorme cricatriz que tem na cara, sem amigos e que, por já ter perdido os pais, se sente sozinha e alheia do mundo em geral. Tudo muda quando conhece Josef, um senhor com mais de 90 anos, que lhe conta um segredo terrível, na mesma altura em que descobre que a sua avó é sobrevivente do Holocausto e esteve num campo de concentração. Ficamos completamente envolvidos com a história. É cativante ao ponto de não dar vontade de pousar o livro.  Os meus capítulos preferidos são os narrados por Minka, a avó de Sage, sobre o que passou quando era jovem. São 500 páginas em bom, apesar de achar a terceira parte um bocadinho mastigada. Podia ter no mínimo, menos 50 páginas.

 

"Verifico que partilhar o passado com uma pessoa é diferente de revivê-lo quando se está sozinho.

É sentido menos como uma ferida e mais como uma cataplasma". 

 

Há também uma história dentro da própria história, que vamos conhecendo entre capítulos e que só percebemos quem escreveu mais para a frente. Ao início não tem muito sentido, mas depois percebemos o quão importante é e foi. Acho este "pormenor" muito bom e acaba por ligar todo o enredo de uma forma tocante. 

 

Não quero dar spoilers, por isso não posso contar muito. Mas posso sugerir esta leitura para quem gosta de romance, de histórias sobre a capacidade humana de sobreviver ao impossível, a capacidade de perdoar, a capacidade de nos libertarmos de pensamentos e pessoas tóxicas, a capacidade de lidarmos com os nossos "monstros" pessoais. O livro fez-me refletir sobre a minha prória capacidade de perdoar e a minha compaixão pelo próximo. O que faria se alguém me pedisse o que Josef pediu a Sage? O que sentiria por alguém que fez mal à minha família? Não sei responder. Leiam este livro. Não se vão arrepender. Enquadrei-o no projeto "Um ano com a Jodi" da Isaura, Elisa e Dora, e também para as leituras do Holocausto em Janeiro.  

 

"Mas perdoar não é algo que se faz por alguém. É algo que fazemos por nós próprios.

É dizer: não és suficiente importante para teres esse poder sobre mim. É dizer: Não me deixes preso ao passado, eu mereço um futuro". 

 

Título: A Contadora de Histórias 

Autor: Jodi Picoult

Edição: Bertrand, 2015

Ano de publicação: 2013

 Nº páginas: 514

Qui | 08.03.18

Livros preferidos de 10 escritoras

Todos nós, leitores comuns, temos os nossos livros preferidos. Pois que elas, as que os escrevem, também têm os seus. É engraçado perceber os gostos e imaginar de que forma os seus livros preferidos influenciaram as suas próprias obras. 

 

Jane Austen 

A escritora inglesa foi uma leitora frequente de poesia e peças de teatro. O seu livro favorito, segundo consta, é A História de Sir Charles Grandison, publicado em 1753 por Samuel Richardson. 

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J.K. Rowling

A criadora de Harry Potter, uma romântica assumida, tem como livro preferido um clássico inglês, que está ligado à escritora anterior. O livro favorito de JK Rowling é Emma, de Jane Austen, ainda que Orgulho e Preconceito também seja indicado algumas vezes. "O leitor é levado pela história, atraído até ao final", ainda que não haja "nada berrante ou chamativo demais". Diz ela, e eu concordo, acreditanto que é mesmo esse o encanto dos livros de Jane Austen. 

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Paula Hawkins

Este título está aqui em representação de toda a obra de Agatha Christie, autora que marcou a adolescência de Paula Hawkins. Diz mesmo que foi a sua “primeira experiência no crime” e, certamente, uma grande inspiração para os seus próprios livros. A autora diz gostar também dos livros de Gillian Flynn e Tana French. 

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Virginia Woolf

Fiódor Dostoiévski é “obviamente o melhor autor de todos os tempos” para Virginia Woolf. A autora apontava duas obras do escritor russo como sendo os seus livros de cabeceira. Um deles é Crime e castigo, que indica para aqueles que querem começar a conhecer a obra de Dostoiévski, e também Os irmãos Karamazov

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Patti Smith

Quem leu "Apenas Miúdos" de Patti Smith, sabe que a literatura teve uma grande influência na sua vida desde muito jovem. Durante a adolescência descobriu a poesia francesa de Charles Baudelaire e Arthur Rimbaud. Mais recentemente apontou “2666” de Roberto Bolaño como "a primeira obra-prima do século XXI.”

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Hilda Hilst

A escritora brasileira era fã assumida de Simone de Beauvoir. A sua obra mais apreciada por Hilda Hilst é A velhice, um ensaio que trata o olhar das sociedades sobre os idosos, ao longo da história.

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Maria Ribeiro

Diz que a sua principal influencia literária foi Rubem Braga, cronista brasileiro, que leu quando ainda era muito jovem. "Ali percebi a grandeza do dia a dia, e me dei conta de que um simples café podia virar uma viagem épica, dependendo de como você olhava pra ele".

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Ana Maria Magalhães

Uma das autoras da coleção "Uma Aventura", aponta As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino como um livro que deve ser lido. "É muito original, marcado por uma espécie de jogo entre elementos resultantes da imaginação prodigiosa do autor e reflexões pertinentes que vai fazendo sobre a realidade".

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Teolinda Gersão

A escritora portuguesa indica Contos Completos, de Lydia Davis. "Ela tem uma forma muito própria de pegar nos temas para escrever sobre eles. É muito original, muito forte, muito criativa. Admiro muito a sua obra".

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Clara Ferreira Alves

A autora diz que se a sequestrassem e pudesse escolher algumas obras para ter com ela, levaria qualquer um de Nabokov e destaca The heart of the matter, de Graham Greene. 

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Ter | 06.03.18

COISAS BOAS DE FEVEREIRO

 

UM EVENTO

Na verdade, houve dois eventos que marcaram o meu mês. O concerto do Richie Campblell, dia 2, que me trouxe muitas recordações, porque já o conheço há muitos anos, já fui a muitos concertos dele e porque as músicas dele foram acompanhando momentos da minha vida. Quis estar presente na primeira vez dele no Pavilhão Atlântico (continuo a chamar assim). Foram muitos amigos e foi muito bom.

A festa Revenge of the 90's. Fui à primeira que fizeram há um ano, mais pequena, só com amigos de amigos que conheciam o conceito. Depois fui mais vezes ao longo do ano, até chegar agora o primeiro aniversário quando a festa já é mais que conhecida por aí e consegue juntar milhares de pessoas a cantar e dançar músicas dos Anos 90. Viajamos no tempo enquanto nos divertimos e isso é incrível. Desde brincadeiras com o Juiz Decide, à presença do Batatinha, vídeos do Médico de Família, Navegantes da Lua, Dragon Ball, Pequena Sereia, etc. Teve a presença dos Anjos, Santa Maria e Ana Malhoa a cantarem músicas da época - sim, a Ana Malhoa cantou a música do Bueréré - é uma sensação única.

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UMA MÚSICA 

Porque numa altura em que todas as músicas que passam na rádio me fazem revirar os olhos, esta consegue transmitir-me uma boa vibe!

 

UM FILME

Call me by your name. Apesar da primeira meia hora ser mais parada, o filme arrebata-nos e nem sentimos as duas horas a passar. Tão bonito. Sobre a descoberta do amor, da sexualidade, a descoberta de nós próprios aprendendo a lidar com os nossos sentimentos. E a vida a andar devagar, como devia ser sempre, antes da Internet, dos telemóveis, computadores e tablets. Os livros, os passeios de bicicleta, o tempo passado a conversar à mesa. Tão bom. 

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UM RESTAURANTE

Podia indicar mais que um porque, felizmente, conheci sítios novos e interessantes este mês. Vou dizer o Otto, que fica no Cais do Sodré, ao lado do Mercado da Ribeira. Restaurante italiano bem giro, com comida boa, serviço rápido e prestável, num sítio super central para ir beber um copo a seguir.

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UM VÍDEO

Adorei esta coleção de vídeos do canal Cut, onde ex-namorados são confrontados com perguntas incómodas e têm que escolher entre responder ou beber um shot. 

 

UMA SÉRIE

Finalmente rendi-me ao This is us. Vi a primeira e segunda temporadas, faltam os últimos três episódios que ainda não tinham saído. Começou meio morna e foi aquecendo, ao ponto de me fazer chorar litros em certos episódios. É uma série muito humana e valha-me-deus que quero um Jack só para mim!!!

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UMA NOTÍCIA

Infelizmente são cada vez mais as livrarias independentes a fechar portas em Lisboa e não só. Nos últimos meses já foram umas quantas. Que pena. Aqui

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