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SAY HELLO TO MY BOOKS

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Qui | 30.08.18

VIDA | (Not So) Silly Season

Há muito tempo que não falo aqui de livros. Ou de outra coisa qualquer, na realidade. Por coincidência abri hoje o blog e o último post é de 25 de Junho. Hoje, exatamente dois meses depois (post escrito dia 25 de Agosto), parece-me que essa data foi há uma eternidade. Estava a três dias de fazer anos. Festejei duas vezes, com família e amigos, e comecei o meu novo ano cheia de energia e motivação. Portugal saiu do mundial e o verão começou a sério, finalmente. Fui ao NOS Alive e fiquei viciada nas músicas do Khalid, que ouvi em loop durante várias semanas seguidas. Viajei para Sevilha e esses cinco dias foram os melhores do ano. Fui para o Algarve com amigas. Comi bolinhas de berlim na praia e gelados as vezes que me apeteceu. Voltei para casa, trabalhei mais umas semanas, tive demasiados jantares com amigos que me esvaziaram a carteira, mas encheram o coração, tive conversas de perder as horas, revi amigos que moram fora, descobri um sushi novo incrível perto de casa e vi uma série nova. Há uma semana voltei para o Algarve, onde estou agora, a escrever este post, depois de ter comido um arroz de polvo maravilhoso. São 22h e tenho a janela aberta - que se lixem os mosquitos - está uma noite incrível e a banda sonora estrelada pelos grilos lá fora vale a pena.

 

Mas no meio destas semanas, aparentemente banais, algumas coisas mudaram em mim. Não consegui ler tanto quanto queria, não consegui ver tantos filmes e séries como queria, nem dar atenção a muitas coisas que queria ter dado. É sempre assim quando alguma coisa me desassossega o espírito, para o bem e para o mal. Não me consigo concentrar, fico com a cabeça numa montanha russa de pensamentos em doses industriais e perco o foco em algumas das coisas que normalmente gosto de fazer. Eu sou assim. Vivo muito intensamente as coisas. Se tenho um trabalho importante, só vivo para aquilo até terminar. Se começo uma série que gosto muito, faço maratonas pela madrugada fora até ao último episódio. Se me envolvo com alguém, vivo a relação ao máximo e esgoto qualquer possibilidade antes de assumir que não vai dar certo. Se alguém próximo a mim tem um problema grave, estou disponível 24/7 até saber que está tudo bem. Sou caranguejo, o meu lado emocional toma conta de mim. E se isso tem tanto de bom - modéstia à parte, sou uma amiga do caraças, ótima ouvinte e conselheira (confirmado por terceiros, vá), uma pessoa disponível e sensível para os problemas dos outros, sonhadora e romântica - também tem o reverso da medalha. Fico mais magoada do que devia quando alguém me falha as expectativas, fico mais triste do que devia com certas palavras e atitudes, fico a sofrer por antecipação quando sei que vai acontecer alguma coisa que pode não correr bem. E, apesar de já ter aprendido com muitos tombos que a vida me fez dar, a verdade é que volto sempre a sentir tudo intensamente quando alguma coisa acontece. As expectativas são uma merda, é verdade. Mas prefiro dar tudo de mim, seja no que for e, se não correr bem, sei que ao menos vivi e tenho essas memórias e experiências, do que não viver sequer. 

 

Dá para reparar que ando com muito tempo livre para filosofar sobre a vida? A verdade é que estas pausas na rotina são necessárias ao nosso bem-estar. Estou de férias com família então os meus dias baseiam-se em praia, piscina, comer bem e dormir melhor. Tenho tempo para ouvir os meus próprios pensamentos, para avaliar tudo o que aconteceu no último ano e definir tudo o que quero fazer até 2018 acabar. E o melhor de tudo é que, quando nos desencontramos de nós, por algum motivo, por alguma pessoa ou acontecimento, quando regressa a calmaria e voltamos a encontrarmo-nos com nós mesmos, é uma sensação do caraças e de que tudo é possível daqui para a frente. Só depende de nós.