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SAY HELLO TO MY BOOKS

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Sex | 30.11.18

Pequenos Fogos em Todo o Lado, Celeste Ng

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Este livro é capaz de ter sido a desilusão do ano. Não por ser um mau livro, que não é, mas porque tinha quase a certeza que ia entrar para a lista de favoritos, e não entrou. O livro tem pouco mais de 300 páginas e até à página 100 (ou seja, um terço do livro) estava a achar uma seca, sem perceber de onde vinham todos aqueles elogios que tinha ouvido sobre ele. A primeira vez que ouvi falar no "Little Fires Everywhere" foi no Instagram da Reese Whiterspoon, atriz americana que todos conhecem, e que tem um clube literário que eu sigo para acompanhar novidades e indicações. Há uns meses, falou neste livro de forma tão maravilhada e empolgada que fiquei com muita vontade de o ler. Parecia genial. Qual não foi a minha felicidade quando soube que ia ser editado, em Portugal, pela Relógio D'Água. Esperei pela Feira do Livro de Lisboa e trouxe-o para casa, já a pensar levá-lo para férias. Efetivamente, comecei a lê-lo ainda no Algarve, mas só consegui acabá-lo em Lisboa. A verdade é que andei a mastigar o livro, enquanto bocejava e revirava os olhos, com os clichés adolescentes presentes nos primeiros capítulos. Comecei a ficar muito desiludida com a história, com as personagens, nada daquilo me empolgava e tive que fazer um esforço para o continuar a ler, com muitas pausas pelo meio. Andei nisto durante a primeira metade do livro.

 

A segunda metade é mais interessante, começamos a descascar as camadas mais profundas de algumas personagens e a atar as pontas soltas. A história começa a aquecer, mas o problema é que nunca sai do "morno". Estive sempre à espera do momento "wow", de quando ia ficar maravilhada com alguma reviravolta, quais os acontecimentos imprevisiveis que me iam deixar de boca aberta. Esse momento nunca chegou, apesar de ter desejado até à última página que algo - uma frase, uma ideia, uma conclusão - me arrebatasse. Não é um livro genial, longe disso. Tem uma história bem contada, um enredo interessante e alguns pormenores bem encaixados, como o simbolismo das fotografias. Faz-nos pensar em como certas escolhas que, muitas vezes, tomamos de cabeça quente, podem influenciar o resto da nossa vida. E que as pessoas que vamos conhecendo podem ser apenas isso, companheiros de jornada a médio prazo, com quem partilhamos momentos no meio de um caminho que é só nosso

 

De resto, não simpatizei com nenhuma personagem, nem sequer com Mia e Pearl ou com Izzy.  Li toda a história como se estivesse num aquário a olhar para a vida daquelas pessoas, sem me envolver e sem me afetarem por aí além. Gostei do facto de todas as personagens masculinas serem apenas secundárias. A história constrói-se toda à volta de acções das mulheres, Mia, Pearl, Izzy, Lexie, Bebe Chow e Elena Richardson. Mas senti falta de algo mais, apesar de achar um bom livro. De qualquer forma vou, certamente, querer ver a série de TV que a Reese Whiterspoon está a produzir baseada nele. 

 

Título: Pequenos fogos em todo o lado

Autor: Celeste Ng

Edição: Relógio D'Água, 2018

Ano de publicação: 2017

 Nº páginas: 312

Qua | 28.11.18

Diz-lhe que não, Helena Magalhães

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Tinha criado um preconceito com este livro. Com este tipo de livros, na verdade. Achava que não era para a minha idade, que não tinha nada a aprender com ele, que seria uma perda de tempo. Mas a curiosidade fez me aceitar quando a Marta, do blog Viver a Viajar, se ofereceu para mo emprestar, depois de me ter falado bem dele. Aproveitei para o levar comigo de férias, já a prever que, mesmo que não gostasse, seria uma boa leitura de verão, leve e descontraída. E foi. Entre praia e piscina, fui lendo as histórias de amores e desamores que a Helena nos conta, seja da própria ou de amigas suas. Histórias reais, com uns floreados pelo meio, como a própria assume. Como somos praticamente da mesma idade e vivemos, mais ou menos, no mesmo sítio, foi giro identificar locais que frequento e hábitos que também tenho. E, assim, o livro começou a conquistar-me. 

 

Ia sem expectativas, a achar que era apenas um aglomerado de clichés para miúdas tontinhas. Mas a verdade é que gostei mais do que estava à espera. Senti-me envolvida naquelas páginas e só descansei quando o terminei. Diverti-me, acabei por me relacionar com situações que também se passaram comigo ou com amigas minhas, e dei por mim a pensar que nestas coisas do amor, realmente não há regras e o que funciona para uns, não funciona para outros. Que há coisas que achamos que só nos acontecem a nós, mas é bom perceber que afinal não. Cada capítulo corresponde a uma história, consoante a "espécie" masculina que teremos naquelas páginas, como o Velho, o Poeta, o Sem Cojones, o Flash, os pesadelos do Tinder, etc. Umas histórias mais engraçadas, outras mais caricatas, algumas até revoltantes. É quase como estar a jantar com amigas e a debater as relações de cada uma, com um copo de vinho ao lado. Foi isso que senti durante toda a leitura. Além de que está bem estruturado, bem escrito e com conteúdo relevante. Conseguimos retirar uma mensagem de cada capítulo. 

 

De forma irónica e cativante, a Helena faz-nos entrar neste mundo das relações de hoje, muitas vezes tramadas pela vida digital e pelas redes sociais, para perceber que, mesmo que tudo dê para o torto, não devemos deixar de acreditar. Acho que essa é a maior mensagem que ela nos quis passar neste livro. Se, como eu, têm um preconceitozinho com este tipo de livros, dêem uma oportunidade. Vão buscar à biblioteca ou peçam emprestado. 

 

Acredito, genuinamente, que os livros nos chegam sempre na altura certa e este não fugiu à regra. 

 

Título: Diz-lhe que não

Autor: Helena Magalhães

Edição: Esfera dos Livros

Ano de publicação: 2017

 Nº páginas: 252

Sab | 24.11.18

Christmas in the Books 2018

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O ano passado não participei, mas este ano estou com vontade. Porque andei a ler pouco nos últimos tempos, quero recuperar algumas leituras e porque gosto do Natal e acho que é uma excelente forma de entrar no espírito da coisa.

 

A Isaura (Jardim de Mil Histórias) e a Patrícia (O Prazer das Coisas) são as anfitriãs deste desafio e propõem sete categorias para seguirmos (as regras estão nos blogs/canais delas). Portanto, decorre de 24 de Novembro a 6 de Janeiro. Começa hoje e dá-nos um mês e meio para criar músculo nos dedinhos de tanto virar páginas. 

 

Raramente faço TBR's. Mas nestes desafios gosto de pensar, à partida, que livros poderei encaixar. Só escolhi para as primeiras cinco categorias e pode ser que mude de ideias ao longo do mês e queira ler outras coisas mas, por agora, os livros que penso ler são estes:

 

1. Árvore de Natal | Livro que tenha no título as letras da palavra NATAL - Foi difícil encontrar um, mas escolhi o "Porque canta o pássaro na gaiola", de Maya Angelou. 

2. Prendas de Natal | Um livro que oferecias a álguem - Não oferecia nenhum que ainda não tivesse lido, sem saber, à partida, se vou gostar. Mas creio que o "Misery", de Stephen King reúne algum consenso e quero muito lê-lo.

3. Bolinhas | Um livro que tenha as cores da tua árvore de Natal - O meu natal, como o de muita gente, anda muito à volta do verde e do vermelho. Por isso, "A Sociedade Literária da Tarte de Casca de Batata"  foi o livro escolhido porque a capa, além de ter estas duas cores, é muito fofa. 

4. Sinos | Um livro que se passe no Natal ou no Inverno - "Let it snow ", de John Green, Maureen Johnson e Lauren Myracle. Acho que é mais que indicado nesta categoria. Já está na estante há dois Natais e ainda não foi lido. Shame!

5. Candy Cane | Um livro que te aqueça o coração - "Harry Potter e o Cálice de Fogo", para continuar a minha aventura de ler, pela primeira vez, toda a colecção. E porque estes livros são perfeitos para ler nesta altura.  

6. Fitas | O 25ª livro da tua estante - ainda não contei. 

(Escolhi a opção 1, porque não tinha lógica ir à biblioteca com tantos livros por ler em casa) 

7. Luzinhas de Natal | Um livro de um autor que nunca leste - ainda não escolhi. 

 

Qui | 22.11.18

Regras para Descolagem, Carolina Paiva

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Tentei lê-lo sem me lembrar que conheço a Carolina. Queria ter uma opinião imparcial e, na verdade, isso foi mais fácil do que pensava. O facto de o protagonista ser homem ajudou a desviar qualquer ligação que pudesse fazer entre os seus pensamentos e tudo o que conheço dela (que é uma das minhas miúdas dos livros, parceira de Clube Literário e de regabofes no Whatsapp).  

 

O título, um pouco rígido e formal até, não nos dá qualquer pista sobre o que poderá sair dali. É sobre viagens de avião? É um manual? É sobre pilotos e hospedeiras?, pensei eu. A sinopse esclarece logo que Lourenço, o protagonista, é um detetive privado que, a bordo de um voo internacional, conhece um homem que acaba por fazê-lo pensar no seu passado, revisitar memórias e analisar algumas normas de conduta profissional que acabou por quebrar. Ao mesmo tempo que conhecemos todos os traumas, amarguras e desilusões da vida de Lourenço, percebemos a grande metáfora que o título representa. Para mim, descolagem aqui significa liberdade, significa um primeiro passo rumo ao futuro, o deixar para trás tudo o que lhe faz mal. Este voo acaba por ser uma viagem que Lourenço faz ao interior de si próprio, o enfrentar fantasmas antigos e o conformar-se com o que não pode mudar. As regras que segue, ou devia, como detetive profissional, acabam por baralhar-se com a sua vida pessoal e são elas que, de forma muito particular e irónica, lhe abrem os olhos para o que deve mudar.  

 

Apesar de estar descrito como policial/thriller, não acho que o seja no verdadeiro sentido da palavra. Ter falado com pessoas que já o tinham lido, e até com a própria Carolina, foi crucial para não o enquadrar nestes géneros de forma literal. Encarei-o como um romance e desfrutei-o dessa forma. Foi o melhor que fiz. Talvez por isso tenha gostado mais. Achei-o uma obra de estreia muito consistente e promissora. Teria gostado que o tal último caso fosse mais explorado, senti falta disso. E achei que a parte das memórias da vizinha adolescente se estenderam um bocadinho. A linha temporal teve uma ou duas falhas, mas nada que me incomodasse em demasia. Vamos percebendo, entre passado e presente, que situações lhe desenharam este carácter amargurado, melancólico e solitário. Todas as perdas que sofreu, ligadas ao sexo feminino, moldaram a forma como hoje encara o amor, numa maré que se divide entre a frieza e a possessividade

 

Tive indecisa entre dar três ou quatro estrelas. Decidi-me pelas quatro, por três motivos: a Carolina conseguiu, na obra de estreia, construir um enredo interessante e complexo e, por isso, merece todo o mérito; porque sublinhei várias passagens com as quais me identifiquei (e isso para mim é um fator importante na hora de avaliar qualquer livro); porque nunca duvidei da voz masculina da personagem principal e acho isso de valor. Estas - quase - 170 páginas lêem-se rápido, a escrita é fluída e prende o leitor. Queremos saber o que vai acontecer. E eu quero, e espero, ter muitos mais livros da Carolina para ler, no futuro. Parabéns, miúda! Já descolaste, agora é so continuar a voar

 

Título: Regras para Descolagem

Autor: Carolina Paiva

Edição: CoolBooks

Ano de publicação: 2018

 Nº páginas: 167

Seg | 19.11.18

Os livros da JB Comércio Global

Conhecem a JB Comércio Global? Se não conhecem, não se sintam mal, porque eu também não conhecia até há pouco tempo. E uma empresa portuguesa, que nasceu em 1998, para revenda de artigos de papelaria. Foi crescendo e começou a comercializar também livros, cosmética, jogos, brinquedos, mobiliário de escritória, e muitos outros produtos. Um mundo de coisas que podem ver no site www.jbnet.pt. Digo-vos já que, para quem adora artigos de papelaria, é difícil controlarmo-nos para não transformar a nossa casa num centro de economato depois de explorar o que eles por lá têm. 

 

Este ano, a empresa de Vila do Conde comemora vinte anos e está a querer conquistar os nossos corações. Como? Com livros, claro. Quando a JB entrou em contacto comigo para me dar a conhecer alguns dos títulos que vendem, disse logo que sim - até porque a maior parte são livros de não-ficção e, quem me acompanha há algum tempo, sabe que é dos meus géneros preferidos. Não vou negar que há três que, particularmente, me chamaram a atenção.

 

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"Tão Perto do Mundo - 20 acontecimentos em 20 anos da rádio que mudou a Rádio". Para quem não sabe, a minha área é a Comunicação Social. Qualquer livro que fale do crescimento dos meios de comunicação e da sua contribuição para momentos importantes vividos no Mundo, me atrai. Principalmente este tipo, com relatos reais de pessoas que trabalham no meio. 

"Maddie 129". Não sei se este livro me vai trazer muita informação nova, até porque já foi lançado há uns anos. Mas tenho muita curiosidade em lê-lo e perceber o que é que o Hernâni Carvalho quis contar aqui. 

"O Príncipe Rosa-Cruz". Um livro histórico, que mistura realidade e ficção e que, entre outros, tem o Marquês de Pombal como personagem. Adoro História, principalmente a nossa, e preciso ler mais romances históricos. Veio em boa altura. 

"Bobby Robson - a minha autobiografia". Título explicativo. Biografia do ex-jogador e treinador de futebol.

"Ricardinho, magia nos pés - O livro do futsal". Aqui o título também diz tudo.

"O Natal do Divorciado". Um livro mais brincalhão, descontraído, que faz parte de uma série, dedicada a lançar estes "manuais" para diversas situações e épocas. 

"O Primeiro Livro das Letras e Números". Tão giro para crianças com idade ali entre os 4 e os 6. Tem vários jogos e atividades, que os pais, avós, tios, etc, podem fazer com eles. Uma forma ótima de aprender, brincando e puxar pela criatividade dos miúdos 

 

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Digam-me qual destes vos chama mais a atenção e se gostavam de ver a opinião de algum, num futuro próximo, aqui no blog. Obrigada à JB! E sucesso! 

 

Sex | 16.11.18

Uma novidade literária muito especial

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Estive, ontem, na livraria Almedina, no Rato (na Rua da Escola Politécnica, onde era a antiga Fábrica da Vulcano. Abriu há um ano e mantiveram alguma da decoração que conta a história daquele espaço. Está bem giro e aquele jardim que me aguarde numa tarde qualquer de sol), na apresentação do livro "Regras para descolagem". Podia ser mais um lançamento normal mas, na verdade, não é. É especial. Porque é o primeiro livro da Carolina, que também anda por estas bandas no blog (e canal) Holly Reader, que certamente conhecem - e se não conhecem, deviam. Mas a Carolina não é só coleguinha de casa Sapo.

 

A Carolina é, como costumo dizer, minha amiga dos livros, que acabou por ultrapassar as barreiras virtuais. Isto tudo porque estamos as duas no Clube dos Clássicos Vivos. Além dos encontros bimensais para falar do clássico escolhido, temos ali um núcleo de pessoas que criaram uma amizade além disso. Há jantares de Natal, há babyshowers literários, há idas a apresentações de livros, ao cinema, passeios na FLL, há encontros só porque sim e porque gostamos da companhia umas das outras. Já para não falar nas 7865 notificações no grupo do Whatsapp, que quando uma começa a falar, boa sorte para tentarem calar as outras todas. Pois que agora a Carolina publicou um livro e, como não podia deixar de ser, lá fomos nós acompanhar e apoiar este momento. 

 

O livro, editado pela CookBooks, tem Lourenço como protagonista, um detetive privado contratado para aquele que decidiu ser o seu último caso, como podemos ler na sinopse. Durante a apresentação, percebi que muita coisa vai acontecer nesta aventura, caracterizada como um thriller noir. Estou mesmo curiosa para começar a ler e conhecer a escrita da Carolina e este outro lado dela. Trouxe o meu exemplar autografado, como não podia deixar de ser, e vou ler num futuro próximo. É só o primeiro passo, miúda. Depois da descolagem, é só continuar a voar. Parabéns!

 

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Na foto: Alexandra (Mais Mulheres Por Favor) / Sónia (A Livraria Imperfeita) / Carolina (Holly Reader) /

Jéssica (Companhia Literária) / Cristina (Books&Beers)

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