Diz-lhe que não, Helena Magalhães
Tinha criado um preconceito com este livro. Com este tipo de livros, na verdade. Achava que não era para a minha idade, que não tinha nada a aprender com ele, que seria uma perda de tempo. Mas a curiosidade fez me aceitar quando a Marta, do blog Viver a Viajar, se ofereceu para mo emprestar, depois de me ter falado bem dele. Aproveitei para o levar comigo de férias, já a prever que, mesmo que não gostasse, seria uma boa leitura de verão, leve e descontraída. E foi. Entre praia e piscina, fui lendo as histórias de amores e desamores que a Helena nos conta, seja da própria ou de amigas suas. Histórias reais, com uns floreados pelo meio, como a própria assume. Como somos praticamente da mesma idade e vivemos, mais ou menos, no mesmo sítio, foi giro identificar locais que frequento e hábitos que também tenho. E, assim, o livro começou a conquistar-me.
Ia sem expectativas, a achar que era apenas um aglomerado de clichés para miúdas tontinhas. Mas a verdade é que gostei mais do que estava à espera. Senti-me envolvida naquelas páginas e só descansei quando o terminei. Diverti-me, acabei por me relacionar com situações que também se passaram comigo ou com amigas minhas, e dei por mim a pensar que nestas coisas do amor, realmente não há regras e o que funciona para uns, não funciona para outros. Que há coisas que achamos que só nos acontecem a nós, mas é bom perceber que afinal não. Cada capítulo corresponde a uma história, consoante a "espécie" masculina que teremos naquelas páginas, como o Velho, o Poeta, o Sem Cojones, o Flash, os pesadelos do Tinder, etc. Umas histórias mais engraçadas, outras mais caricatas, algumas até revoltantes. É quase como estar a jantar com amigas e a debater as relações de cada uma, com um copo de vinho ao lado. Foi isso que senti durante toda a leitura. Além de que está bem estruturado, bem escrito e com conteúdo relevante. Conseguimos retirar uma mensagem de cada capítulo.
De forma irónica e cativante, a Helena faz-nos entrar neste mundo das relações de hoje, muitas vezes tramadas pela vida digital e pelas redes sociais, para perceber que, mesmo que tudo dê para o torto, não devemos deixar de acreditar. Acho que essa é a maior mensagem que ela nos quis passar neste livro. Se, como eu, têm um preconceitozinho com este tipo de livros, dêem uma oportunidade. Vão buscar à biblioteca ou peçam emprestado.
Acredito, genuinamente, que os livros nos chegam sempre na altura certa e este não fugiu à regra.
Título: Diz-lhe que não
Autor: Helena Magalhães
Edição: Esfera dos Livros
Ano de publicação: 2017
Nº páginas: 252