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SAY HELLO TO MY BOOKS

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Ter | 21.02.17

FILMES | Moonlight

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Posso já dizer que estou a torcer um bocadinho para que seja Moonlight a levar o Óscar de Melhor Filme. Dos todos os nomeados, foi dos que mais me marcou. Acho a história e as interpretações bastante fortes. E, se um filme como Spotlight ganhou o ano passado, derrotando o preferido (The Revenant, que levou Óscar de Melhor Realizador e Melhor Actor), é bem possível que Moonlight possa ganhar e derrotar o grande favorito La La Land (de que também gostei e falarei noutro post). Aliás, foram estes dois filmes os grandes vencedores dos Globos de Ouro deste ano para Melhor Filme porque, como sabem, Drama e Musicais/Comédia são duas categorias diferentes.

 

A história divide-se em três fases, infância, adolescência e vida adulta de Chiron, um afro-americano que vive com a mãe, drogada, e que sofre de bullying dos colegas da escola por ser mais fraco e mais introvertido. Ao mesmo tempo que tenta escapar dos problemas sociais, tem que lidar com um conflito interior quando se apercebe que não é igual à maioria dos rapazes, uma verdadeira revolução de autodescoberta que o deixa desconfortável na própria pele. Começa por ter ajuda de Juan, que conhece por acaso, interpretado por Mahershala Ali (nomeado para Melhor Actor Secundário), que lhe tenta transmitir força e confiança em si próprio enquanto é criança. Achei a cena em que Juan o leva para o mar, embaladando-o na água para lhe transmitir confiança e segurança, de uma beleza e sensibilidade enorme. 

 

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Muitas vezes, são as imagens e os olhares que nos contam o que está a sentir. Nem são precisas palavras. Acaba por ser uma história sobre ligações humanas, sobre a procura de identidade e de um lugar à medida no mundo, sobre a luta pessoal contra a solidão e o peso que a falta de apoio e carinho familiar traz. 

 

Acho que foram muito bem escolhidos os três actores que fazem o papel de Chiron. Estão os três representados no cartaz do filme, caso não tenham reparado. Naomi Harris, que faz o papel de Paula, mãe de Chiron, emocionalmente instável e constantemente drogada, está também nomeada para Melhor Actriz Secundária e, na minha opinião, levava ela a estatueta dourada caso a Viola Davis (Fences) não estivesse na corrida. 

 

A única coisa que não gostei tanto foi o final. Esperava mais daquela última cena. É a única coisa que consigo apontar de menos bom, o que não invalida o que senti durante todo o filme. É uma realidade diferente da minha, e da vossa presumo, que achamos distante, mas que não está tão distante assim. Não é só nos becos pobres de Miami que estas coisas acontecem. Bullying, pais drogados e negligentes com crianças, violência nas escolas...temas que nos chegam todos os dias pelas notícias. É importante trazer estes assuntos à baila, dar-lhes visibilidade, tentar mudar mentalidades e abrir horizontes. Dou-lhe 8/10. 

 

Outros nomeados para Melhor Filme:

Manchester by the Sea

Hidden Figures

Fences

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