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SAY HELLO TO MY BOOKS

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Ter | 16.02.16

O Diário da Nossa Paixão, Nicholas Sparks

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Tinha expectativas baixas para este livro e a verdade é que não conseguiu conquistar-me. Conheço os meus gostos e sei que este tipo de romances alimentados a clichés baratos não me enchem as medidas e estão longe de ser o meu género preferido. Mas nunca tinha lido Nicholas Sparks e já que há milhares de pessoas que amam os livros dele, sempre pensei que alguma coisa ele devia ter de especial. Nunca me entusiasmou mas queria lê-lo para formar a minha própria opinião e achei que devia começar com "O Diário da Nossa Paixão", já que adoro o filme. Prefiro ler primeiro o livro mas, neste caso, não me fez confusão já conhecer a história. Porque o que queria era conhecer a forma como tinha sido escrita. 

 

Percebi, nas primeiras páginas, que a adaptação cinematográfica tinha diferenças quanto ao livro. É normal. Descobri, no final, que a história contada no filme é cinquenta vezes mais interessante que a do livro. 

 

Achei a narrativa muito fraca. Os diálogos pouco credíveis. Em alguns pontos cheguei mesmo a achar a escrita amadora demais para os milhares de exemplares que este livro vendeu. Em alguns momentos senti que estava a ler aqueles romances de banca baratos. Chega a ser frustrante a forma como Sparks desperdiça uma história tão boa com uma escrita tão fraca. 

 

Um exemplo (com utilização de ele/ela mais vezes do que seria aceitável):

 

"Allie começou a tirar a camisa que ele lhe emprestara enquanto ele abria a porta, mas Noah fê-la parar.

- Fica com ela - disse - Quero que fiques com ela.

Ela não perguntou porquê, porque também ela queria ficar com a camisa". 

 

Senti que o autor contava o essencial e passava à frente, sem aprofundar, por exemplo, o passado familiar de Noah ou de quando esteve na Guerra ou ainda o relacionamento de Allie com o noivo, Lon. Temos sempre Lon como pano de fundo mas sem nunca conhecer realmente a história dos dois. Não sentimos nada quando ela fala dele, não sabemos pormenores do momento em que terminaram o noivado, nada. Teria sido interessante aprofundar essa relação para criar mais impacto na escolha dela por Noah. 

 

Mesmo quando Sparks descreve o encontro de Allie e Noah, passados catorze anos de se terem separado, toda a cena, os acontecimentos e os diálogos são muito superficiais. Não nos dá tempo para nos envolvermos com os personagens e com a sua história de amor. Se não fosse por gostar deles no filme, chegaria mesmo a afirmar que não gosto destes personagens literários. É pena que só as imagens tenham conseguido transmitir-me o sentimento entre eles, coisa que as palavras de Sparks não conseguiram. Uma desilusão. 2 estrelas. 

 

Agora vou ver o filme para compensar esta leitura.  

 

Sinopse: 

Todas as manhãs ele lê para ela, de um caderno desbotado pelo tempo, uma história de amor que ela não recorda nem compreende. Um ritual que se repete diariamente no lar de idosos onde ambos vivem agora. Pouco a pouco, ela deixa-se envolver pela magia da presença dele, do que lhe lê, pela ternura … E o milagre acontece. A paixão renasce, transpõe o abismo do tempo, as memórias perdidas, e por instantes ela volta para ele…

 

Título: O Diário da Nossa Paixão

Autor: Nicholas Sparks

Edição: Editorial Presença, 59ª edição (2014)

Ano de publicação: 1996

 Nº páginas: 158

 

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