Que descoberta preciosa! Há muito tempo que não sublinhava ou marcava tanto um livro. É difícil descrevê-lo, talvez porque qualquer descrição irá ficar aquém da forma magistral como Sandór Márai criou esta história. É um livro para sentir. Não aconselhado a quem gosta de muita acção e reviravoltas. Na verdade, aqui pouco se passa. Dois amigos encontram-se passados 41 anos sem contacto, numa longa conversa (ou monólogo) que acompanhamos, com expectativa, embalados (...)
Foi o primeiro livro que li este ano, em Janeiro, para o Clube dos Clássicos Vivos. No encontro, percebi que o livro tinha suscitado emoções fortes em algumas pessoas, que se tinha tornado um livro preferido, que o facto de falar de morte, doença e solidão as tinha tocado profundamente. A minha experiência com este livro foi um pouco diferente, mas falo disso mais abaixo. Ivan Ilitch é um homem "sem sal", sem grande personalidade, sem grandes feitos. Vive para o trabalho, (...)
"É que, assim como qualquer pessoa com um mínimo de angústia, não sou quem gostaria de ser. Meu 'eu ideal'
conheceria Machu Picchu e as savanas africanas, teria lido toda a obra do Tolstói (em vez da coleção do Tintim)
e pediria, com água na boca, salada com grelhado em todos os restaurantes".
Trinta e oito e meio, Maria Ribeiro
Imaginem que decidem fazer uma viagem pelo mundo, com a intenção de visitar os países de língua portuguesa, enquanto fotografam leitores por onde passam. Era esse o objetivo de Sandra Barão Nobre, quando partiu, em Março de 2014, nessa grande aventura. Seis meses depois, tinha visitado 14 países, começando pelo Brasil e terminando em Cabo Verde. Pelo meio, houve algumas mudanças de planos: não pode ir à Guiné, não passou por Angola, mas foi à Austrália e a vários (...)
(Fotografia tirada em Agosto de 2019, quando ainda se podia ir à praia de forma livre, quando estar longe das toalhas alheias era uma escolha e não uma obrigatoriedade, quando o maior problema era espalhar protetor solar nas costas, sem ajuda.) Gostei, mas achei que ia gostar mais. Confesso que criei um imaginário à volta deste título que, ao ler, não se confirmou. Culpa da minha mania em criar expectativas. É um clássico contemporâneo, de 1985, que ficciona a amizade entre (...)